DOUTRINA DO JULGAMENTO DE DEUS


Com relação ao julgamento de Deus, está implícito a importância do pensar e compreender. Há um ponto bastante claro no ensinamento bíblico: o Senhor nos julgará, pelos nossos conhecimentos e pelas nossas atitudes em resposta (ou pela falta desta) à sua revelação. 

 

Tomemos como exemplo do A.T. o livro de Jeremias. Este mensageiro profetizou, com grande coragem e com uma persistência inabalável que, a menos que o povo atendesse à voz de Deus, a nação, a cidade e o templo seriam destruídos. Mas, em vez de atenderem, fecharam os seus ouvidos, ficaram inflexíveis, e endureceram a cerviz. Essas são algumas frases-chaves do livro. Temos aí alguns exemplos. Jeremias 7:25-26 (Sendo assim, desde a época em que os vossos antepassados foram libertos do Egito até o dia de hoje,

 

Eu vos enviei grande numero dos meus servos: os profetas; dia após dia. 26Porém, vós não os escutastes, tampouco acatastes a Palavra que vos pregaram. Antes, tornaram-se obstinados e agiram de modo ainda pior que os seus pais e antepassados). Jeremias 1:14 (ordenei a vossos pais no dia em que os tirei da terra do Egito, da fornalha de ferro, dizendo: Dai ouvidos à minha voz, e fazei conforme a tudo quanto vos mando; e vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus), ou ainda pode-se ler outra advertência em Jeremias 11:7-8, por exemplo.

 

Mesmo depois de Jerusalém ter sido destruída por Nabucodozor e o profeta Jeremias ter sido levado ao Egito, continuou ele a advertir a seus compatriotas judeus quanto ao juízo de Deus diante da perversidade do seu povo (Ler Jeremias 4:44). Notem que este princípio de juízo foi endossado pelo próprio Senhor Jesus: “Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia” (Jo 12:48).

 

Amados irmãos, como a racionalidade humana tem uma importância fundamental nas doutrinas básicas da criação, revelação, redenção e juízo, pois, o Senhor nos constituiu como seres que pensam; Ele nos tratou como tais, comunicando-se conosco com palavras; ele nos renovou em Cristo e nos deu a mente de Cristo; e nos considerará responsáveis pelo conhecimento que temos. Talvez se comece a ver agora o mal que é essa disposição anti-intelectualista, cultivada em alguns grupos cristãos de falar o que não entende e o que não se compreende afirmando ser isso Palavra de Deus. Porque um Deus tão sábio, tão bom, tão misericordioso e perfeito, que na Bíblia Sagrada, falou numa linguagem entendível por todos, fala hoje através de sons balbuciantes, sem nexo, sem compreensão?  

 

Seria isso talvez um tipo novo de devoção? Com certeza não! Não se trata de uma devoção, absolutamente, mas sim de uma conformação a uma onda deste mundo, ou seja, trata-se de uma nova forma de mundanismo.
No Antigo Testamento Deus se queixava de que seu povo se comportava como “filhos néscios, e não entendidos”, e declarava que Meu povo foi destruído por falta de conhecimento. "Uma vez que vocês rejeitaram o conhecimento, eu também os rejeito como meus sacerdotes; uma vez que vocês ignoraram a lei do seu Deus, eu também ignorarei seus filhos (Oseias 4:6).

 

Entendo ainda que toda a literatura de sabedoria do Velho Testamento foi nos dada para enfatizar que apenas “os loucos aborrecem o conhecimento“ (Provérbios 1:29) e que somente o sábio é na verdade feliz, pois que tendo adquirido sabedoria, possui algo “melhor do que o ouro e mais precioso do 
que pérolas”.

 

Infelizmente há pessoas em nossas igrejas que escarnecem da sabedoria, amam a nescidade e a loucura, devemos tomar muito cuidado com os que assim procedem. Quem se comporta desta maneira, se porta com infantilidade, ainda não está na maturidade do que realmente é o evangelho de Jesus. Finalmente, tenhamos muito cuidado nestes tempos de apostasia, pois há muitos que tentarão nos enganar: Como disse Mateus 24:24-25 - "Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que eu vo-lo tenho predito." Que o Senhor nos abençoe!

 

Pr. Dr. Gervásio Melquiades Gomes